terça-feira, 22 de junho de 2010

Protesto: superfaturamento em obra pública

O brasileiro há muito tempo está acomodado e, embora se canse de reclamar, não tem atitude de protestar contra tudo aquilo que falamos e julgamos errado.
Então... eis que aqui na minha pequena e pacata cidade, a coisa resolveu mudar.
Era uma vez... o início da implantação do Poupatempo aqui em Franca/SP. Tudo lindo e maravilhoso para ser implantado em um prédio público, bem localizado e com tamanho suficiente para isso: o prédio da antiga Unesp, que ganhou nova localização e deixou um prédio muito bom no centro da cidade, sem uso.
Quinze dias após ser anunciado a unidade do Poupatempo neste prédio, eis que surge uma licitação para um prédio. Como assim? Ninguém entendeu!
Então, eis ainda que ganha um prédio também no centro da cidade mas com "péssima" lozalização: rua muito estreita, difícil de estacionar e, embora seja no centro, a rua acaba sendo de difícil acesso. A única vantagem é ser bem próximo ao terminal de ônibus central (?).
E ainda: pra piorar a situação, foram acontecendo uma série de fatores um tanto duvidosos.
- Assim que o prédio ganhou a licitação, foi iniciada uma obra (sem a autorização) do governo, para retirar e vender tudo o que tinha lá: tijolo, madeira, janelas, portas, etc. Quem autorizou???
- A obra foi embargada por isso.
- Políticos "mexeram os pauzinhos" e fizeram com que o prédio continuasse como escolhido. O dono do imóvel foi multado PARA DESCONTAR NO ALUGUEL.
- O aluguel é de R$ 15.000,00 mensais. Acreditem.
- Segundo o Edital de Procura de Imóvel, publicado pela Prodesp, responsável pela escolha do imóvel, dizia:
REQUISITOS MÍNIMOS NECESSÁRIOS DO IMÓVEL
Imóvel que comporte a instalação de um Posto Poupatempo com aproximadamente 1.500m²,
preferencialmente na região central da cidade, em local servido por transporte público e que
atenda as seguintes características:
• Área edificada de aproximadamente 1.500m² em um único pavimento, preferencialmente
com acesso direto à rua;
• Pé direito desejável de, no mínimo, 3,50m;
• Solução estrutural com a menor interferência possível de pilares e alvenarias, de
maneira a permitir flexibilidade na implantação de layouts;
• Possibilite o acesso de pessoas portadoras de deficiência física;
• Preferencialmente, com área para estacionamento de veículos.
O imóvel deverá ainda obedecer às posturas das legislações municipais, atender a lei de
zoneamento e não possuir restrição alguma quanto à prestação de serviços oferecidos pelo
Programa Poupatempo.


O prédio escolhido não atende a nenhum dos requisitos básicos. Ou, quase nenhum (já que não tenho acesso a dados técnicos de medida, falo apenas como observadora, sem os números locais).
Então, vamos aos números: será investido R$ 6 milhões em obras no prédio local, mais os R$ 15.000,00 de aluguel. E ao final de 5 anos (tempo do contrato), o prédio totalmente novo fica para o dono do imóvel. Valores absurdos porque: em frente ao prédio escolhido, foi vendido um outro prédio, aparentemente maior, por R$ 2,5 milhões recentemente.

Em virtude de tudo isso, um radialista aqui da cidade tentou por tempos conseguir que autoridades locais fizessem alguma coisa em relação à isso. Como não conseguiu, ele resolveu manifestar-se: acorrentou-se em frente ao prédio e disse que não sai de lá enquanto autoridades não tomarem providencias.
Acho uma atitude corajosa, embora não acredite em soluções.
Sou avessa à política e sei que nessas brigas, é melhor não se meter. Porque quem se mete sempre perde. E este é um jogo TOTALMENTE político.
Não, não acho certo tudo o que está acontecendo assim como tantas outras atitudes de quem acha que tem o rei na barriga, que manda na cidade e que prepotência é sinal de onipotência. Não tenho paciência com isso. Não quero mexer, mas acho muita arrogância.
Infelizmente política é isso.
Torço para que uma atitude seja tomada. Que pelo menos haja o esclarecimento VERDADEIRO de todos estes números, caso os divulgados estejam errados (embora estejam estampados em diversos jornais locais, sites do Governo do Estado, do próprio Poupatempo, de políticos envolvidos, etc). Mas que a população sinta-se à vontade nesta situação e fique ciente de que não foi passada para trás, roubada, enganada e ainda teve de ouvir que "foi para trazer melhorias para a cidade".

Trago notícias sobre isso! E os resultados finais.
Ainda quero coletar links de matérias dos assuntos relacionados. Assim que conseguir posto aqui.
Acredito que a verdade é o que deve prevalecer e é isso o que espero: verdade e esclarecimento para todo cidadão. Não só francano, mas brasileiro. Pois o dinheiro é do governo do estado e não do município.

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